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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

TEMA DE REDAÇÃO – PUC-RIO – 2012 – 1º Semestre

TEMA DE REDAÇÃO – PUC-RIO – 2012 – 1º Semestre

REDAÇÃO

Os textos abaixo são fragmentos de cartas, escritas por profissionais reconhecidos nas suas áreas de atuação, endereçadas a jovens que aspiravam fazer a mesma escolha profissional que seus conselheiros.
Esses trechos têm o objetivo de contribuir para a sua reflexão. Leia-os com atenção, analise o grau de relevância do que é afirmado e procure confrontar sua percepção e experiência com o que dizem os textos.
Produza, então, um texto dissertativo-argumentativo, com título sugestivo, no qual você expresse – de forma clara, coerente e bem fundamentada – o que formaria a bagagem essencial de um futuro profissional da área em que você deseja atuar.
Em cerca de 25 linhas, você deverá contextualizar o tema, localizar/identificar a área de atuação escolhida, discutir posições e manifestar o seu ponto de vista. Serão valorizadas a pertinência e a originalidade de seus argumentos.
Alguns dos textos de reflexão – assim como os demais constantes desta prova – podem ser reproduzidos, em parte, na sua redação, mas em forma de DISCURSO INDIRETO ou de PARÁFRASE, com as devidas fontes mencionadas na redação.
NÃO ASSINE.

Texto 1 - Carta a um jovem poeta - Rainer Maria Rilke

[...] Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranquila de sua noite: “Sou mesmo forçado a escrever?” Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar aquela pergunta severa por um forte e simples “sou”, então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. [...] Evite, de início, as formas usais e demasiado comuns: são essas as mais difíceis, pois precisa-se de uma força grande e amadurecida para se produzir algo de pessoal num domínio em que sobram tradições boas, algumas brilhantes. Eis por que deve fugir dos motivos gerais para aqueles que a sua própria existência cotidiana lhe oferece; relate suas mágoas e seus desejos, seus pensamentos passageiros, sua fé em qualquer beleza — relate tudo isto com íntima e humilde sinceridade. Utilize, para se exprimir, as coisas do seu ambiente, as imagens dos seus sonhos e os objetos de sua lembrança. Se a própria existência cotidiana lhe parecer pobre, não a acuse.  Acuse a si mesmo, diga consigo que não é bastante poeta para extrair as suas riquezas. [...] Nada a poderia perturbar mais do que olhar para fora e aguardar de fora respostas a perguntas a que talvez somente seu sentimento mais íntimo possa responder na hora mais silenciosa.


Texto 2 - Carta a um jovem chef - Laurent Suaudeau

Este livro é fruto do que vi e aprendi com meus mestres, e também do que aperfeiçoei em quase 30 anos de manejo de panelas. O que sei tento repassar aos jovens que frequentam a minha cozinha e a minha escola e que sonham com um grande futuro na profissão. Não tenho todas as respostas. [...] acho que, para ser cozinheiro, é fundamental que a pessoa goste de comer e de cozinhar. E que tenha o dom, pois a nossa profissão tem algo de sacerdotal, pela necessidade de aprendizagem, pelo fato de você precisar conquistar os postos na hierarquia de uma cozinha e pela existência de um
verdadeiro ritual de gestos, tudo regulamentado por um determinado conceito. Você pode até me perguntar se, hoje em dia, é realmente necessária a formação rigorosa de um cozinheiro para ele ser bem sucedido. Apesar de o comportamento de certos colegas dar a impressão de que bastam criatividade e algum pragmatismo, acredito, com firmeza, que a disciplina e os conhecimentos são imprescindíveis. O bom cozinheiro está sempre se colocando questões, pois nunca julga ter alcançado a perfeição. [...] Quando se escolhe uma profissão, normalmente, a gente busca algo que ajude a ganhar a vida e também permita a realização pessoal. Mas isso não acontece da noite para o dia. Para se tornar um chef conhecido o aprendiz tem um longo caminho a percorrer. [...] todos os chefs que conseguiram destaque são pessoas com um grau de humildade muito elevado em sua postura e no respeito à ordem estabelecida na cozinha. São pessoas que querem aprender, que fazem perguntas, que observam caladas, mas com inteligência. Por outro lado, você vê pessoas extremamente talentosas, que não conseguem se enquadrar na equipe. Muitos acham que sabem tudo e aí se complicam.

Trecho adaptado de SUAUDEAU, Laurent. Cartas a um jovem chef: caminhos no mundo da cozinha. Rio de Janeiro, Elsevier, 2007.

Texto 3 - Carta a um jovem advogado - José Nivaldo Cordeiro

[...] é muito difícil para os jovens discernir entre o erro e o acerto, a verdade e a mentira, o justo e o injusto. [...] Na verdade, é preciso mudar, pois a cada fase da existência alcançamos graus superiores de consciência que frequentemente negam as antigas convicções. Isso é uma normalidade, é o processo de educação humana em ação. Não se pode exigir que um jovem na faixa dos vinte anos tenha a maturidade e a experiência de alguém com o dobro da sua idade. A cada momento a sua consciência se amplia. Quando mudar, então? Quando sua convicção interior lhe recomendar que mude. Não há outro juiz. [...] Se esses conhecimentos poderão ser digeridos e transformados em saber, é uma questão em aberto, que varia de indivíduo para indivíduo. [...] O erro é não mudar. Aqueles que têm compromisso com a Verdade precisam mudar permanentemente, pois conquistar graus elevados de consciência não é algo que se faça de um golpe só, é um processo contínuo que a cada instante exige o abandono das verdades parciais antigas. Ninguém chega à Verdade sem passar pelas dores do longo aprendizado. É isso que torna uma criança um ser humano adulto e senhor do seu próprio destino, no pleno exercício de sua liberdade. Mude e será um indivíduo pleno.


Texto 4 - Carta a um jovem jornalista - Alberto Dines

O que é indispensável para mudar o mundo a partir do jornalismo? Uma pequena caixa de ferramentas e nela um apetrecho essencial: o conhecimento da história. Não me refiro à história da humanidade, que é disciplina obrigatória para todos os que fazem parte dela. A história que você deve, obrigatoriamente, conhecer é a história do jornalismo, como o jornalismo vem mudando o mundo antes mesmo de chamar-se jornalismo. Gutenberg é o herói de uma legião de pensadores, autores, visionários, tradutores, artistas, gravadores, papeleiros, impressores, livreiros, todos beneficiários diretos das suas inovações. Quem soube registrar, organizar, atualizar, hierarquizar e periodizar a formidável massa de informações produzidas desde então foi uma categoria de doidos: os jornalistas. Jovem ou velho jornalista, você é um operário da história. Um historiador com o pé no acelerador. Portanto, questione, remexa, desencave o passado do seu ofício. Depois, devidamente instrumentado e consciente, goze plenamente todas as delícias dos gadgets de Steve Jobs.

In DINES, Alberto. Carta a um jovem jornalista. In: Revista da ESPM. São Paulo, v. 17, ed. 5, set/out. 2010

Texto 5 - Carta a um jovem fotógrafo - Bob Wolfenson

A fotografia é antes de tudo meu ofício, o que tecnicamente sei fazer, mas é também um vetor das minhas ideias, minha forma de comunicação com o mundo. [...] Como em qualquer área de atuação, há uma obsessão para rapidamente se alcançar o sucesso – um dos dramas de nossa época. No entanto, é preciso lembrar que nada acontece dentro de um esquema pré-arranjado ou de uma fórmula, porque o sucesso advém de um conjunto de fatores, inclusive da sorte, mas principalmente de uma forma particular de ver as coisas (a ótica). [...] Gosto mesmo é de pensar e esquematizar um projeto, um conceito – seja ele encomendado ou da minha cabeça, comercial ou não. Gosto do movimento, da pressão de realizar, dos prazos curtos, da preparação, da atividade, do burburinho das pessoas à minha volta, da parceria com elas, no estúdio ou nas locações. Gosto de ver meu trabalho publicado e contextualizado em assuntos que não se encerram em uma única imagem. O instante fotográfico para mim é uma passagem. [...] Porém, minha ligação com o trabalho é o amor pela realização, pela encenação; é uma conexão com a minha época, a tensão com ela e a representação dela; e, subjacente a isso, é uma busca pela eternidade. Talvez por esse motivo tenha escolhido a fotografia como profissão, por seu caráter intrínseco de posteridade.

Adaptado de WOLFENSON, Bob. Cartas a um jovem fotógrafo: o mundo através das lentes. Rio de Janeiro, Elsevier.


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TEMA DE REDAÇÃO – PUC-RIO – 2007 – 1º Semestre


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