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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

UFBA – 2002 – Prova de Redação

UFBA – 2002 – Prova de Redação

QUESTÃO DE REDAÇÃO
INSTRUÇÕES:
Responda à questão com caneta de tinta azul, de forma clara e legível.
Caso utilize letra de imprensa, destaque as iniciais maiúsculas.
O rascunho deve ser feito no local apropriado do Caderno de Questões.
Na Folha de Resposta, utilize apenas o espaço destinado à resposta.
Será anulada a Redação
redigida fora do tema;
apresentada em forma de verso;
assinada fora do cabeçalho da folha;
escrita a lápis ou de forma ilegível.

Inspirando-se nos trechos da antologia abaixo, escreva um texto, dentro de sua perspectiva pessoal, tentando responder à pergunta:
BAHIA, BAHIA, QUE LUGAR É ESTE?

A BAHIA é:
... o berço do Brasil e o coração da brasilidade onde mora um povo alegre e rico em hospitalidade.
A BAHIA tem:
...um patrimônio artístico–cultural, na capital, no interior e no litoral, que é uma encantadora
linguagem do melhor das belas artes brasileiras;
...um universo religioso explícito, que contempla a unidade na diversidade, invocando com muitos nomes um único Deus criador da vida e do ecossistema;
...uma Capital cujo nome identifica o seu incontido desejo de ser um LUGAR–SALVADOR da
dignidade humana e promotor da prosperidade e da paz, conforme o Princípio do Senhor do
Bom Fim.
Dom Gílio Felício, p.120. - Bispo Auxiliar de Salvador

A Bahia está mais para a época do descobrimento do que para o século 21. Infelizmente, a gente não pode dizer que a Bahia já está inserida no século 21, porque existem grandes bolsões na Bahia que ainda são feudais. Atrasos sociais e econômicos que remontam à época das capitanias. Mas existe um lado positivo dessa ligação com o passado: sua raiz cultural (que é expressão já gasta), aliada às suas origens étnicas diversas, conseguiram amalgamar uma marca que é muito forte pela sua diversidade e que remonta sempre ao passado. Acho isso fantástico em termos culturais: por mais tradição que ela carregue, ela é uma cultura dinâmica, que se transforma.

Lia Robatto, p. 31. - Coordenadora pedagógica da Usina de Dança do projeto Axé

É um pedacinho de todo lugar. Do ponto de vista cultural, a Bahia tem a sorte de ter um favorecimento afro, indígena e europeu. Todos puderam “correr” aqui com uma certa liberdade.
Diferentemente de outros lugares, a cultura negra tem uma presença marcante aqui. Até pelo
número, já que a população negra é bem maior. Mas, ao mesmo tempo em que se encontram traços dessa cultura espalhada por toda a cidade, também há toda uma população vivendo ainda como escrava. As periferias são aldeias largadas à própria sorte. Então, a negra sorrindo vestida de turbante de acarajé, dessa Bahia que pode ser vendida pela Bahiatursa, tira o turbante, volta para casa e encontra seu filho fumando maconha, roubando. Sua filha, ainda adolescente, grávida. Talvez nós cuidemos muito do que chamamos o legado cultural africano, mas esquecemos de cuidar desse povo.

Joselito Crispim, p. 6. Grupo Cultural Bagunçaço

Para nós, mulheres, negras, trabalhadoras domésticas, a Bahia é o estado das desigualdades sociais e raciais, da perseguição aos trabalhadores informais, da repressão da polícia, dos grupos de extermínio. É o estado onde ou moramos na casa do patrão ou partimos para a ocupação, no meio dos ratos e das muriçocas, sem saneamento, escola nem saúde.

Creusa Maria de Oliveira, p. 5. Presidente do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas

O que acontece hoje é um processo de mercantilização e de virtualização cada vez mais forte da
Bahia (...) O que o baiano quer ? É comer McDonalds, não acarajé. É botar sandalinha no pé? Não, é botar tênis Nike. Mas não interessa dizer isso, porque a imagem que vigora é a imagem da Bahia negra, tradicional, da natureza, da mística. Isso faz parte da própria construção da representação que nós temos, nossa representação coletiva, que é muito parecida com nossa representação individual.

Roberto Albergaria, p. 51. Professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - UFBA

Falta o discurso coerente da cidade, pois o discurso incoerente, fragmentado e analiticamente
indigente já existe. Os próprios intelectuais ainda buscam as variáveis adequadas para escrever essa pedagogia do urbano que codifique e difunda, em termos didáticos e de maneira simples, o
emaranhado de situações e relações com que o mundo da cidade transforma o homem urbano em instrumento de trabalho e não mais em sujeito. Entretanto, todos os dados estão praticamente em nossas mãos, para tentar reverter a situação.

Milton Santos, p.1. Geógrafo. Professor Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP

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