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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Tema de redação – UNIFENAS – 2003

Tema de redação – UNIFENAS – 2003


SIM AO TRABALHO INFANTIL

       (...) Impedir que jovens adolescentes com idade entre 12 e 16 anos tenham acesso a oportunidades de trabalho ou que possam responder às suas necessidades básicas é sinônimo de direcioná-los para o ócio, para o crime ou para as drogas. Ainda mais, é prejuízo para suas famílias, que deixam de contar com uma sadia renda complementar.
     (...) É preciso disciplinar e incentivar o trabalho desses jovens, que, obrigatoria e simultaneamente, devem estudar e apresentar bom rendimento escolar. Isso se tornaria viável com a criação de uma carteira especial “trabalho-escola”: um documento único que mesclaria o registro de uma atividade profissional com o tradicional boletim escolar.
         (...) Trabalho infantil é sadio e deve ser estimulado. O contrato formal com uma atividade produtiva gera um positivo efeito-demosntração pelo convívio com dezenas, centenas, milhares de profissionais honestos e trabalhadores, e ainda proporciona renda obtida por meio de esforço próprio, o que se constitui num coquetel de benefícios cujo resultado é um tremendo e imediato impacto na auto-estima dos jovens”.

(David Feffer-Exame, Editora Abril, 23/4/2003)

NÃO AO TRABALHO INFANTIL

“Não faltam no país aqueles que são defensores ferrenhos do trabalho infantil. Para eles, tal prática, além de evitar a ociosidade e a malandragem, concorre para a disciplina e prepara para a vida. Os que assim pensam colocam-se flagramente contra o Estatuto da Criança e do adolescente, que é bastante claro: “É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz”.
Não devemos esquecer, ainda, que a criança que trabalha tem sua formação e desenvolvimento comprometidos pela impossibilidade de atividades próprias à sua idade e, ainda por cima, não pode se educar direito.
Pesquisa realizada pelo IBGE e OIT (Organização Internacional do Trabalho) dá conta (os dados são de 2001, mas foram divulgados no último 16 de abril) que no Brasil há 5,5 milhões de crianças e adolescentes trabalhando. Desse total, 49 por cento trabalhavam sem remuneração e no grupo de crianças de 5 a 9 anos, 92 por cento trabalhavam sem receber. Também registrou-se que o maior número de trabalhadores precoces localiza-se nas regiões Sul e Nordeste. No Sul 15,1 por cento dos menores nessa faixa etária trabalhavam e no Nordeste esse percentual chegou a 16,6 por cento.
Pelo exposto, é aceitável a declaração de Carlos Alexim, da OIT, para quem “é difícil encontrar no Brasil uma mercadoria que não tenha a marca da mão de uma criança”. Trata-se de uma marca penosa, já que advinda de atividades perigosas, insalubres, sem direitos trabalhistas, sem remuneração e sem direito à escola. A grande maioria dos menores submetidos a essa dura realidade (mais acentuada em determinadas regiões do país) não consegue conciliar trabalho com estudo. Assim, terminam por abandonar os estudos, ou ficam defasados em relação a seus colegas.
Lugar de criança é na escola. O trabalho fica para mais tarde. Para o momento em que, um indivíduo, após viver com intensidade os sonhos acalentados na infância, pode exercer com inteireza a cidadania e, assim, contribuir para o progresso do seu país.

(Pedro Paulo Rodrigues- Texto especialmente produzido para esta redação)

Posicionando-se diante dos textos acima, elabore um texto dissertativo com, no mínimo, quatro parágrafos. Procure responder a algumas indagações : Crianças devem trabalhar? Por que há tantas trabalhando? A situação delas tem melhorado? Que políticas tem sido implementados para diminuir o problema do trabalho infantil?

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